maio 24, 2010

Para tudo, que eu quero receber

Reprodução de postagem do Jô Chama Eu!, que retrata de forma clara a realidade de uma servidora municipal. É claro que sabemos, também, que o outro lado não percebe, não aceita nem entende esse tipo de argumentação:

Minha mãe é servidora pública municipal. Formou-se em Pedagogia há dez anos, com grande esforço, considerando o salário e sua carga horária exaustiva. Sim, porque minha mãe é das professoras que corrigem cadernos em casa, faz lembranças fofinhas para os alunos e trabalha o dia todo em sala de aula. É concursada, portanto, nunca sofreu as pressões que os professores contratados lidam a cada mudança de partido, mas sempre batalhou para que seus alunos fossem seres humanos instruídos e que se sentissem acolhidos dentro do ambiente escolar. A história de minha mãe é comum há tantas outras professoras e vou defender a greve dos servidores municipais referindo-me a minha experiência pessoal.
Não vejo minha mãe reclamar de seu salário, nem das condições de trabalho. Ela reclama quando falta merenda, ela reclama quando precisam de reparos na escola e eles demoram a acontecer, mas minha mãe ama o que faz. Minha mãe reclama quando as coisas aumentam e seu salário não. Ela reclama quando seu aumento é inferior ao aumento da despesas básicas. É uma profissional responsável. Minha mãe não abandonaria seus alunos a sorte, deixando-os sem aula sabe-se Deus por quantos dias por capricho. Antes de tomar essa atitude, minha mãe (Tá, foram os representantes dela) tentaram reunir-se com o prefeito, antes disso, um acordo foi feito e não foi levado a sério e isso é desrespeito.
Quando os servidores resolvem fazer paralisação todas as tentativas de negociação já foram ignoradas. Meu filho, estuda em escola pública e um dos absurdos que ouviu foi que o prefeito "não mandaria mais os uniformes escolares se precisasse aumentar o salário dos professores."Não sei de onde saiu essa bobagem, mas fica claro que o objetivo do boato é deixar a sociedade enfurecida com os professores "preguiçosos" que não querem trabalhar e ficam fazendo greve, já que o "uniforme gratuito" é um benefício para a comunidade em geral, e o aumento do salário dos outros, não interessa num primeiro momento. (Farinha pouca meu pirão primeiro sabe?)
Os preguiçosos arruaceiros vão até o Paço Municipal no seu horário de trabalho durante os dias de paralisação e depois trabalham para cumprir todo o ano letivo. Ninguém fica parado, não. O povo se mexe, faz bagunça, bate panela.
E só assim a sociedade percebe que a massa trabalhadora ta insatisfeita com o patrão.
Ah, e seriam os buracos na cidade que transformaram a paralisação em "greve dos servidores públicos" e não "greve dos professores" como nos anos anteriores?
Se o @seuputz fosse falar disso, certamente faria com mais consistência do que eu, mas me permito desabafar porque tenho ouvido tantos "xingamentos" de gente que nunca passou dificuldades na vida, de gente que nem sequer precisou receber salário, de gente que de tão coitada, eu não deveria nem considerar... Enfim, querido diário, por hoje é só!

8 comentários:

  1. Podes ter certeza que esse desabafo é de todos!
    O Prefeito tem dito na mídia que vai tirar dinheiro da merenda, dos tributos (iptu, iss,...), da Câmara, que no seu dizer "gasta demais", ou seja, ele nem sabe da onde quer tirar, mas ameaça tirar no claro intuito de jogar a opinião pública contra os servidores. É demais...

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  2. Meu salário não aumentou, e todas as coisas aumentaram! Até o meu amado chocolate, pq o sr ex-governador antes de sair decidiu instituir um imposto de 18% sobre os derivados do cacau,pois é,tenho direito a férias uma vez por ano. E os professores tem quanto tempo de férias por ano mesmo?Quando eu estiver descontente com meu salário, eu procuro outro emprego, não é assim que funciona? E em relação aos impostos, vai ter algum desconto ano que vem? Pois eu estou pagando pra ter boas estradas, um atendimento decente no SUS e escola pública. Mas ta tudo parado, quero remuneração!!

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  3. Quando estamos insatisfeitos com algo, devemos conversar. Simplesmente virar as costas e fugir da situação é uma atitude covarde e infantil.
    No caso dos professores, é um pouco mais complicado. A escolha destes foi educar, e independente de mudar de instituição, o patrão será o mesmo, diferente de quem trabalha em uma empresa privada e vê muitas portas para bater.
    Se você trabalha numa empresa privada e seu salário não aumentou foi porque você não fez por merecer, não se fez vista aos olhos dos superiores, não aumentou o faturamento da empresa, ou não deu as piscadinhas pros caras certos.
    Se o cacau aumentou e isso te aflige, o que podemos dizer do leite? Da carne? Do combustível?
    Eu pago impostos e dependo de escola pública, SUS e trafego nas péssimas estradas da cidade, mas ai eu pergunto: O que é mais importante, o seu carro ou a educação dos seus filhos?

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  4. É fácil falar que professor tem férias duas vezes por ano. Mas esquecem que o professor não trabalha apenas na escola, mas também em casa, fim de semana, feriado, fazendo prova, corrigindo provas e trabalhos, preenchendo diários, somando notas, preenchendo diário de novo e por aí vai. Pq na escola não dá tempo de fazer isso, pq pra ganhar o mísero salário que ganham tem que dar aula nos três períodos e não sobra tempo pra corrigir prova, fazer prova, preencher diário. Tem que fazer em casa, sacrificar fim de semana com a família na maioria das vezes. Fora que nas "férias" de julho, enquanto seus filhos estão em casa por duas, três semanas, o professor está lá, em conselho de classe ou reuniões pedagógicas ou em curso pra melhorar a educação dos seus filhos. Se fica em casa uma semana é muito. Deveria ser mais, pra descansar a cabeça da gritaria em sala de aula, de alunos mal criados, muitas vezes violentos e etc, etc, etc.

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  5. Zeca Pedramaio 25, 2010

    Essa (i)Nani(ção) perdeu uma ótima oportunidade de calar a boca.

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  6. O PSDB, REPRESENTADO PELO SR PREFEITO CLESIO SALVARO, SEMPRE FOI A FAVOR DO ESTADO MINIMO, E NUNCA VAI INVESTIR NO FUNCIONALISMO PÚBLICO. PREGAM QUE O MELHOR É PASSAR TUDO PARA A INICIATIVA PRIVADA (SO QUE NAS ENTRE-LINHAS NÃO FALAM, QUE O QUE QUEREM É BENEFICIAR SEUS FINANCIADORES DE CAMPANHA).
    PARABÉNS AOS SERVIDORES DA PREFEITURA DE CRICIUMA, SIGAM SEU CAMINHO DE MELHOR ATENDER A POPULAÇÃO.

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  7. Dona Nani: professor tem apenas 1 férias por ano, no fim do ano. No meio do ano se chama recesso, e é devidamente descontado nos dias de férias, ou os dias são repostos com festas juninas, reuniões de pais ou outros. Aliás, quando chega as férias no fim do ano, o professor aproveita pra fazer um chec-up na saúde, e não viaja como muitos, isso porque o salário não dá pra isso. E se você tem a opção de escolher outro trabalho quando está descontente com o salário parabéns! E sinto te dizer que o professor prefere reivindicar um salário mais digno pq além de amar a profissão e exercê-la por vocação e não por "salário" como você, ele também acha que com um salário mais digno vai ser possível terminar aquela outra faculdade que trancou, ou se especializar mais em sua área. Isso pra dar a melhor educação institucional aos filhos desta cidade. E se vc prefere pensar diferente, esqueceu que um dia teve um professor que se empenhou pra te ensinar a ler. FUI!

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  8. E tem mais dona Nani: se o prefeito disse que pra dar aumento tinha que aumentar imposto, cortar merenda e etc.. é porque tem brasileiro desavisado como você, que não sabe que merenda tem verba própria e específica, não depende da arrecadação municipal. O uniforme também tem renda própria, que vem do FUNDEB. A Educação tem renda própria também do FUNDEB. Tudo o que os governantes gostam é disso: brasileiro que não estuda e não se informa, pq daí ele diz qualquer merda, e esses desinformados acreditam e votam nele de novo. Daí ele pega toda essa verba e sai inaugurando obra, e não investe nas prioridades que são educação, saúde e segurança. BRASIL IL IL IL IL IL IL IL IL

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