A farra do feriadão

Uma nota de João Paulo Messer, em sua coluna no JM, reclama do excesso de pontos facultativos no serviço público (referia-se à sexta pós Corpus Christi).

Na nota seguinte, ele diz: "Não entendo porque órgãos de ensino também gostam tanto de enforcar o 'meio' do feriadão."

Vamos tentar explicar. Falamos a respeito com o famoso craque da Unesc Pato, Gildo vol Pato, homem de frente, habilidoso, que nos deu o seguinte esclarecimento:

- A tara por enforcar coisas é um desvio que vem de longe e é parte consolidada na formação do brasileiro. Começou com Tiradentes e tem reflexos na iniciação sexual de meninos. O serviço público tornou famosos esses enforcamentos mas é nas escolas que eles são praticados com prazer total. Lá sim, nas escolas, se enforca com gosto. No imaginário de toda criança ou adolescente que estuda, um feriadão enforcável tem ares de um presente, um brinde, parece férias e todos ficam muito felizes, certo? Pois não é nada disso. Criança a rigor é contra essas folgas arranjadas. Criança é como um poodle, um ser condicionado que é sacada da cama e levada sonolenta para a escola onde se reúne e brinca com amiguinhos e amiguinhas. Se não tem aula é uma tristeza. O vício está é nos adultos. São em faixas etárias mais avançadas que a figura do feriadão se manifesta mais excitante. Aqui na Unesc, por exemplo, onde todo marmanjo em tese paga sua própria mensalidade, a preferência por uma folga supera a necessidade da própria aula. Coisa de loucos, os caras pagam para não ter aula. É só decretar e correr pros abraços. Alunos, professores e direção adoram.

Entendeu agora João Paulo Messer?
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