Pelo fim da Câmara

.

Cada vereador custa para o município de Criciúma a módica quantia de R$ 52 mil por mês. PutzGraça entende que é um dinheiro mais do que bem empregado na medida em que não dá para imaginar nossa vida sem um vereador por perto. É pouco até, diante da relevância da profissão. O cargo é tão importante que alguns candidatos gastam em campanha mais do que vão receber em trinta anos(de mandato) só para entrar lá, só para ter o privilégio de participar e contribuir para o crescimento e melhoria da cidade. É muito bonito.
.

Construindo a cidade
Dizer que a Câmara é o pilar da democracia é dizer pouco. É o prédio inteiro da democracia, incluindo vidraças, fossa e salão de festas. Vereança é indispensável, apesar de que, sempre apareça um ou outro que acha que a área, a parlamentar, é foco de corrupção. Ainda bem que esse tipo de pensamento diminui a cada dia e logo, logo, some (algum assessor vai descobrir quem pensa essas coisas e vai lhe arrumar um emprego).
.

Corrupção - parênteses para instrução
Corrupção - palavra feia essa, melhor jeitinho (em Brasília, aproveitando a Reforma Ortográfica, tentou-se sem sucesso excluir a corrupção do vocabulário) é uma instituição nacional, a gente é bom nisso. Temos isso no nosso sangue desde a vinda de D. João VI, em 1808, que trouxe de Portugal duas pragas que geraram epidemias que perduram até hoje - a cleptovirose e amicusdualheiococus). Aí está, se o Brasil inteiro é o país do jeitinho, quem acha que na Câmara não tem gente que escorrega perdeu o Jornal Nacional nos últimos 250 anos. Está desatualizado. Mais por fora do que azeitona em salada de frutas.
.

Falta imaginação pra gastar
Combinado isso, que a Câmara é pilar, prédio, vidraças, fossa e salão de festas da democracia, combinado também que Câmara não tem corrupto e sim jeitoso, falta ver a questão do custo. À primeira vista, parece que R$ 52 mil por vereador por mês parece muito. Afinal, R$ 52 mil não dá pra nada. Mal, mal, dá pra fazer 60 casas populares (por mês!), com muito esforço se compraria 1.600 cestas básicas, ou taparia uns 15.000 buracos desses que brotam que nem inço toda vez que chove. Uma merreca. Mesmo assim eles nem conseguem gastar tudo. Sobra todo mês um pouco (mais da metade) o que acaba gerando especulações indesejáveis para a imagem da instituição. Taí um defeito da Câmara - a falta de imaginação e criatividade... pra gastar.
.

O que pode ser melhorado
Daria para incrementar muita coisa lá. Fazer essa grana aparecer de forma mais vibrante, mais brilhante, e por que não dizer, mais ostentante. Trazer modelos senatorias e câmaro-federais para a província. Não tem coisa pior para nós eleitores, do que ver nossos representantes se comportando como pobres. Pobre basta nós. Às sugestões:
.

• assessores, por exemplo, fixar um piso de 20 por vereador. Isso acabaria com o pedincho de emprego que os atormenta;
  .
  
  
• incentivar hora-extra para assessores, servidores e, por que não, para os próprios interessados em dinamizar a casa - os edis (mesmo em sábados e domingos e nos recessos, como no Senado);
  .
  
  
• transformar toda sessão ordinária em extraordinária (com os acréscimos remuneratórios decorrentes);
  .
  
  
• painel eletrônico, para o povo acompanhar votação (não é inédito, mas é idéia boa);
  .
  
  
• 01 notebook Sony Vaio, tela de 15, webcam e 4 giga de ram, para cada vereador e 01 CCE Celeron, Megatron ou Pobreton para cada assessor - todo mundo vai parecer mais moderno - mesmo os assessores;
  
  .
  
• poltronas mais modernas para os edis, com massageadores eletrônicos (para o presidente e demais componentes da mesa, modelo personalizado, com memória eletrônica de posição, amortecedor hidráulico e sensor de aproximação com controle de partido - ex.: se regular "PT" o presidente levará um choque vibratório sempre que alguém da sigla passar perto, entrar no prédio ou passar na rua - conforme a regulagem);
  .
  
  
  
• TV de plasma 42 polegadas em cada gabinete com acesso SKY ou NET - pacote intermediário, para acompanhar TV Câmara, TV Senado, Copa dos Campeões da UEFA e Justiça sem Limite na Fox;
  .
  
  
• carro popular(de luxo pode ser polêmico) com ar condicionado, direção hidráulica e vidro elétrico - como opcional, motorista particular.

Sugestões não faltam. O dinheiro existe para gastar. O raciocínio putzgraciano é lógico e pragmático: o povo fala de qualquer jeito, então que fale com razão.

O lado light da redação de PutzGraça exige que se registre:

• a Prefeitura repassa cerca de R$ 625 mil/mês para a Câmara, o que equivale R$ 52 mil/vereador;
• A Câmara paga de salários R$ 270 mil/mês, incluindo administração, funcionários e assessores.

.