Tomara que o Tigre não suba

Moacir Fernandes  já disse isso (“tomara que o Tigre não suba”).  Cento e dez por cento da população torcedora de Criciúma, desejou que Moacir e toda sua parentagem, ascendente, descendente e colateral, queimasse no mais profundo dos infernos e que tivesse a companhia e todos os Lulas, Calheiros e Sarneys possíveis, para deixar sua eternidade no pior dos níveis.

A gente também quer. A gente nós. Putz. Queremos, não o Moacir nos infernos, que o Tigre não suba. E temos argumentos. E números. Na área argumental, podemos afirmar que os mesmos 110% anti-moacires concordam que o Tigre e Criciúma estão para a Série B da mesma forma que Raimundo Colombo não está para a Educação. O Tigre foi feito para a série B e vice-versa. O Tigre e Criciúma têm o tamanho certo para a B. Falamos isso com conhecimento de causa. Nossa base de pesquisa foi o Concentração. Torcedores históricos na faixa de 20-30 anos (se for preciso a gente cita nomes) afirmaram o que o Tigre cabe certinho na B. Mas o Moacir falou q… esquece o Moacir. Morra o Moacir. Falou de tanso. Todo mundo sabe que o lugar do Tigre é na B, mas deusolivre de falar que não deve subir.

Depois desses argumentos contundentes, imbatíveis, inquestionáveis, protuberantes, inoxidáveis, vamos aos números. Antes, registremos, todo cara que diz que o Tigre deveria subir, mesmo que seja para ficar só um ano levando ferro, dois no máximo, e depois cair de volta, usa uma só justificativa: nós teríamos nesse ano desgraçado, talvez dois (desgraça pouca é bobagem), os melhores times do país nos visitando. Nós teríamos a chance de ver ao vivo os melhores times do país nos humilhando.

É claro que essa turma não tem Sky HD. Mas o Putz tem uma continha simples que arrasa essa tese (como o Colombo arrasou os professores – desculpem, isso está nos matando). Vamos lá. Na B fazemos média de público de 5.500 pessoas (lembrem que teve rodada onde o HH parecia um freezer, os picolés eram feitos ao ar livre – mesmo assim botamos lá os 5.500). Nessa balada do subir só pra ver time bom que não o Tigre, entendemos que uma média aceitável seria, por baixo, o dobro. Dez mil por jogo. Certo? Na B 5.550, na A 10 mil ou mais.

Sonhem. Não há base factual para isso. Olha o velho e ruim Avaí aí, que nos dá razão. O Avaí vem levando pau a torto e a direito (coisa linda!), com média de público de… 3.945.

Entenderam? Só tem um problema. Todo mundo que entra numa competição, entra pra ganhar. Para ser campeão. Nisso até o Putz concorda. Aí vem o problema, o ruim da Série B é que não é possível vencê-la sem subir pra A. É perverso isso. Alguém tem que pensar numa fórmula melhor. Enquanto isso, lutar pra ficar em quinto é o que nos resta.