Trem partindo para a Colômbia

Edinho do Nascimento, presidente da Câmara de Criciúma, esta organizando uma caravana de alegres abnegados que irão à Colômbia ver como eles resolveram o problema do trânsito de motocicletas e a violência intrínseca.

Jornalistas perguntaram pra ele o óbvio:

- Mas Edinho, o Ronaldo Benedet (Secretário de Segurança do Estado) já foi lá e viu tudo.

- Não interessa. Eu vou. Quero ver tudo de perto.

- Não é mais fácil ligar para a Embaixada do Brasil lá e pedir a lei, pedir depoimentos, de repente falar com o próprio Ronaldo Benedet?

- Eu nem sabia que ele tinha ido e não quero saber. Tô indo e tá acabado.

Vai uma turma. Tudo de graça por conta dos tansos contribuintes da Câmara.

Vamos traduzir didaticamente o porquê desse interesse por viagens coletivas:

• A Câmara de Criciúma tinha 21 vereadores e recebia como repasse, do executivo, 7% da arrecadação.
• Uma certa PEC reduziu para 9 vereadores mas não diminuiu o repasse.
• Com isso sobra muita grana lá. Hay que se inventar alguma forma criativa para gastar isso sob pena de ter que devolver sobras para o prefeito aplicar em coisas úteis.

Entenderam? Na verdade, a gente confessa aqui nossa putzdesgraçada predisposição para só ver o lado negativo das coisas. A gente fala mal e esquece que nessa mesma área (motoqueiros/violência), a Câmara já bolou uma lei que obriga os lactobacilos vivos  motociclistas a tirar o capacete antes de entrar nos estabelecimentos, sob pena de multa. Ótima lei, só faltou avisar os motoqueiros – e foi esquecida.

Quer saber? O Edinho tem que ir mesmo. E deveria levar mais gente, de repente a Câmara toda. A Colômbia é um ótimo modelo a ser copiado. E já que ele quer ver tudo de perto, a mínimo que se espera é que ele e comitiva monte na garupa de motoboys e que transitem pelas favelas da Colômbia de manhã à noite. E que não esqueçam o colete a prova de balas.