Maluca foi parada em blitz da polícia. Deu no jornal e pudemos perceber o preconceito contido no enunciado. E tudo porque a vítima, sim vítima, mulher e loira, andava a 120 km/h com uma van carregada de excepcionais pelas ruas da cidade.
Até a repórter Liliana Bignatel (é assim que a gente ouve, pode ser Gigiana Minipastel – o site da Eldorado não tem “equipe” para checagem) não aliviou com a barriquélica pé de chumbo: “É um absurdo, homem é que faz isso, mulher no volante não tem perigo.” Sacaram a ironia na construção da frase? Mulher no volante… perigo constante... É, ela lembrou disso na hora do disparo, óbvio.
Mas não era nada disso. A mulher não era maluca. E mais, mulher nunca faz bobagem no trânsito. No episódio da maluca da van motorista em questão, percebe-se a ação desconectada da intenção, ou melhor, a ação ganhou destaque em detrimento da intenção (mãe de Deus!).
Explicamos: a moça dirigia uma van lotada de crianças cuja principal característica não era o silêncio. Dentro da van era um inferno. Com a seqüência, ela descobriu que o barulho incidente no interior da van era inversamente proporcional à velocidade do projétil veículo. Simples assim, quanto mais ela pisava mais o silêncio imperava. Às vezes as crianças ficavam tão traumatizadas tranquilas que nem falavam com as mães depois que desciam do carro.
Virou uma terapia, funcionava para caramba. Agora… numa blitz, vai dizer isso para um policial antipático, cansado de parar motoboy destrambelhado em suas motos irregulares. Não adianta. Ele só vê o lado negativo das coisas.
Aliás e na verdade, o policial (assim como certos segmentos midiáticos – lembrando o exemplo da Gigiana) também é vítima do sistema. Prevalece para ele a velha e manjada tendência primária do cidadão médio de captar do todo o ruim e isola-lo como único. Creeedo!
Tô achando que a loira confundiu o acelerador com o freio...
ResponderExcluirO nome da repórter é Bibiana Pignatel.
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