Sobre o post "Agora vai, Santa Catarina", abaixo, Raquel comentou assim:
Esse é o Brasil do BBB, do Futebol, do carnaval e da mulher pelada. Nada de investimento em Educação, nada de valorização dos Professores. Daí o resultado: o povo aceita se aposentar com R$ 545,00 e faz questão de beneficiar estes caras aí com uns R$20.000,00 por mês na sua aposentadoria.
Enquanto professor ser chamado de vadio e jogador de futebol e BBB serem chamados de heróis, sempre veremos isso.
E se console Sr. Putz, pois brasileiro acha chato assistir uma sessão parlamentária, mas perde tempo dando uma "espiadinha" pra ver se vai ter show no edredom.
Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB),
ResponderExcluirproduzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos
chegar ao fundo do poço...A décima terceira (está indo longe!) edição
do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser
difícil, encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho
atentado à nossa modesta inteligência.
Dizem que Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu
fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo,
principalmente pela banalização do sexo. O BBB 10 é a pura e suprema
banalização do sexo. Impossível assistir, ver este programa ao lado
dos filhos. Gays, lésbicas, heteros... todos na mesma casa, a casa dos
“heróis”, como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra
gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza
ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterosexuais. O BBB 10 é a
realidade em busca do IBOPE..
Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB 10. Ele prometeu
um “zoológico humano divertido” . Não sei se será divertido, mas
parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas.
Se entendi corretamente as apresentações, são 15 os “animais” do
“zoológico”: o judeu tarado, o gay afeminado, a dentista gostosa, o
negro com suingue, a nerd tímida, a gostosa com bundão, a “não sou
piranha mas não sou santa”, o modelo Mr. Maringá, a lésbica convicta,
a DJ intelectual, o carioca marrento, o maquiador drag-queen e a PM
que gosta de apanhar (essa é para acabar!!!).
Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e
escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro
de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível.
Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente
bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se
morrer tão cedo.
Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte
da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da
dignidade.
Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro
repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e
meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente,
chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis?
São esses nossos exemplos de heróis?
Fragmentos de um texto do ídolo Luiz Fernando Veríssimo (Crônica de Luiz Fernando Veríssimo sobre o "BBB")
ASSISTE ESSA MERDA QUEM QUER!! EU NAO PERCO O MEU TEMPO!! ALÉM DO MAIS, TENHO QUE ACORDAR CEDO PARA TRABALHAR E QUEM PRECISA ACORDAR CEDO, DORME CEDO!!
ResponderExcluirNão lamento informar que este texto não é de autoria do Verissimo. Por favor!!! O texto na íntegra, facilmente encontrado na internet, está repleto de lugares-comum, erros grosseiros quanto à gramática da língua e, pior, não lembra em nada o estilo do ídolo Verissimo, o que qualquer fã perceberia de imediato.
ResponderExcluirMas, para os descrentes, segue abaixo crônica publicada no O Globo em que o autor repudia a autoria de tal texto.
Ulisses (sempre feliz em ser útil)
Outro Você
(Luiz Fernando Verissimo, O Globo, 04.04.2010)
Me dizem que rola um texto na internet com minha assinatura baixando o pau no “Big Brother Brasil”. Não fui eu que escrevi. Não poderia escrever nada sobre o “Big Brother Brasil”, a favor ou contra, porque sou um dos três ou quatro brasileiros que nunca o acompanharam. O pouco que vi do programa, de passagem, zapeando entre canais, só me deixou perplexo: o que, afinal, atraía tanto as pessoas — além do voyeurismo natural da espécie — numa jaula de gente em exibição ? Falha minha, sem dúvida. Se prestasse mais atenção talvez descobrisse o valor sociológico que, como já ouvi dizerem, redime o programa e explica seu fascínio. Pode ser. Os “Big Brothers” e similares fazem sucesso no mundo todo. Provavelmente eu e os outros três ou quatro resistentes apenas não pegamos o espírito da coisa.
Também me dizem que, além de textos meus que nunca escrevi (como textos igualmente apócrifos do Jabor, da Martha Medeiros e até do Jorge Luís Borges), agora frequento a internet com um Twitter. Aviso: não tenho tuiter, não recebo tuiter, não sei o que é tuiter. E desautorizo qualquer frase de tuiter atribuída a mim a não ser que ela seja absolutamente genial. Brincadeira, mas já fui obrigado a aceitar a autoria de mais de um texto apócrifo (e agradecer o elogio) para não causar desgosto, ou até revolta. Como a daquela senhora que reagiu com indignação quando eu inventei de dizer que um texto que ela lera não era meu:
– É sim.
– Não, eu acho que…
– É sim senhor !
Concordei que era, para não apanhar. O curioso, e o assustador, é que, em textos de outros com sua assinatura e em tuiters falsos, você passa a ter uma vida paralela dentro das fronteiras infinitas da internet. É outro você, um fantasma eletrônico com opiniões próprias, muitas vezes antagônicas, sobre o qual você não tem controle.
– Olha, adorei o que você escreveu sobre o “Big Brother”. É isso aí !
– Não fui eu que…
– Foi sim !
(Luiz Fernando Verissimo, O Globo, 04.04.2010)
fonte:http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2010/04/04/outro-voce-280562.asp