fevereiro 03, 2011

Entre heróis, vadios e deputados

BBB

Sobre o post "Agora vai, Santa Catarina", abaixo, Raquel comentou assim:

Esse é o Brasil do BBB, do Futebol, do carnaval e da mulher pelada. Nada de investimento em Educação, nada de valorização dos Professores. Daí o resultado: o povo aceita se aposentar com R$ 545,00 e faz questão de beneficiar estes caras aí com uns R$20.000,00 por mês na sua aposentadoria.
Enquanto professor ser chamado de vadio e jogador de futebol e BBB serem chamados de heróis, sempre veremos isso.
E se console Sr. Putz, pois brasileiro acha chato assistir uma sessão parlamentária, mas perde tempo dando uma "espiadinha" pra ver se vai ter show no edredom.

3 comentários:

  1. Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB),
    produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos
    chegar ao fundo do poço...A décima terceira (está indo longe!) edição
    do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser
    difícil, encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho
    atentado à nossa modesta inteligência.

    Dizem que Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu
    fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo,
    principalmente pela banalização do sexo. O BBB 10 é a pura e suprema
    banalização do sexo. Impossível assistir, ver este programa ao lado
    dos filhos. Gays, lésbicas, heteros... todos na mesma casa, a casa dos
    “heróis”, como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra
    gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza
    ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterosexuais. O BBB 10 é a
    realidade em busca do IBOPE..

    Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB 10. Ele prometeu
    um “zoológico humano divertido” . Não sei se será divertido, mas
    parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas.

    Se entendi corretamente as apresentações, são 15 os “animais” do
    “zoológico”: o judeu tarado, o gay afeminado, a dentista gostosa, o
    negro com suingue, a nerd tímida, a gostosa com bundão, a “não sou
    piranha mas não sou santa”, o modelo Mr. Maringá, a lésbica convicta,
    a DJ intelectual, o carioca marrento, o maquiador drag-queen e a PM
    que gosta de apanhar (essa é para acabar!!!).

    Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e
    escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro
    de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível.
    Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente
    bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se
    morrer tão cedo.
    Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte
    da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da
    dignidade.

    Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro
    repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e
    meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente,
    chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis?

    São esses nossos exemplos de heróis?
    Fragmentos de um texto do ídolo Luiz Fernando Veríssimo (Crônica de Luiz Fernando Veríssimo sobre o "BBB")

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  2. ASSISTE ESSA MERDA QUEM QUER!! EU NAO PERCO O MEU TEMPO!! ALÉM DO MAIS, TENHO QUE ACORDAR CEDO PARA TRABALHAR E QUEM PRECISA ACORDAR CEDO, DORME CEDO!!

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  3. Não lamento informar que este texto não é de autoria do Verissimo. Por favor!!! O texto na íntegra, facilmente encontrado na internet, está repleto de lugares-comum, erros grosseiros quanto à gramática da língua e, pior, não lembra em nada o estilo do ídolo Verissimo, o que qualquer fã perceberia de imediato.

    Mas, para os descrentes, segue abaixo crônica publicada no O Globo em que o autor repudia a autoria de tal texto.

    Ulisses (sempre feliz em ser útil)

    Outro Você
    (Luiz Fernando Verissimo, O Globo, 04.04.2010)

    Me dizem que rola um texto na internet com minha assinatura baixando o pau no “Big Brother Brasil”. Não fui eu que escrevi. Não poderia escrever nada sobre o “Big Brother Brasil”, a favor ou contra, porque sou um dos três ou quatro brasileiros que nunca o acompanharam. O pouco que vi do programa, de passagem, zapeando entre canais, só me deixou perplexo: o que, afinal, atraía tanto as pessoas — além do voyeurismo natural da espécie — numa jaula de gente em exibição ? Falha minha, sem dúvida. Se prestasse mais atenção talvez descobrisse o valor sociológico que, como já ouvi dizerem, redime o programa e explica seu fascínio. Pode ser. Os “Big Brothers” e similares fazem sucesso no mundo todo. Provavelmente eu e os outros três ou quatro resistentes apenas não pegamos o espírito da coisa.

    Também me dizem que, além de textos meus que nunca escrevi (como textos igualmente apócrifos do Jabor, da Martha Medeiros e até do Jorge Luís Borges), agora frequento a internet com um Twitter. Aviso: não tenho tuiter, não recebo tuiter, não sei o que é tuiter. E desautorizo qualquer frase de tuiter atribuída a mim a não ser que ela seja absolutamente genial. Brincadeira, mas já fui obrigado a aceitar a autoria de mais de um texto apócrifo (e agradecer o elogio) para não causar desgosto, ou até revolta. Como a daquela senhora que reagiu com indignação quando eu inventei de dizer que um texto que ela lera não era meu:

    – É sim.

    – Não, eu acho que…

    – É sim senhor !

    Concordei que era, para não apanhar. O curioso, e o assustador, é que, em textos de outros com sua assinatura e em tuiters falsos, você passa a ter uma vida paralela dentro das fronteiras infinitas da internet. É outro você, um fantasma eletrônico com opiniões próprias, muitas vezes antagônicas, sobre o qual você não tem controle.

    – Olha, adorei o que você escreveu sobre o “Big Brother”. É isso aí !

    – Não fui eu que…

    – Foi sim !

    (Luiz Fernando Verissimo, O Globo, 04.04.2010)

    fonte:http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2010/04/04/outro-voce-280562.asp

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