Rio 2016, somos contra

João Nassif, ontem (30.11), disse na Som Maior que o orçamento de certas cidades apenas para o evento Olimpíada 2016, extrapola em muito o orçamento normal dessas mesmas cidades. “O que vai haver de festa com dinheiro público será um absurdo”, concluiu.

Muito a propósito, PutzGraça tem opinião sobre o tema. PutzGraça acha que que a complacência da sociedade com a eventual roubalheira prevista, se projeta como a versão moderna e bem acabada do famoso “rouba mas faz” malufestiano.

Vide e-mail que mandamos para… nem mandamos, não adianta mesmo:

É preciso que alguém seja contra. Já ouvimos falar que que toda unanimidade é burra, e é mesmo. Um eventual governo sem oposição, qualquer um – de federal a municipal, tenderia ao totalitarismo e aos desmandos implícitos.

Quando dizemos que o Rio não tem condições de sediar uma Olimpíada, nossa opinião é formatada pelo que vemos e ouvimos, basicamente, nas mídias disponíveis. O Rio é uma praça de guerra (sem falar que é corrupta) e um evento desse terá uma injeção absurda de maracutaias, além de esquemas e conchavos para mascarar a verdade. No Pan já foi assim. No vídeo promocional já fizeram do Rio o paraíso que a gente sabe que não é.

O segundo ponto é que o esporte no Brasil é tratado como lixo. Não se fala aqui de futebol. Esportes olímpicos. Tira o vôlei que tem uma estrutura milionária que atrai capital privado, os outros são lixo. Começa pelas mulheres do futebol, curiosamente. A CBF, nadando em dinheiro, despreza acintosamente as mulheres e, ainda assim, a cada quatro anos elas vão lá e voltam com uma medalha na mala. Cada vez que isso acontece, pingam promessas de incentivo à modalidade que logo são esquecidas. Boxe, ginástica, canoagem, o próprio atletismo... salvo cinco ou seis medalhões, o resto é tratado como lixo.

Poderíamos perder tempo aqui expondo porque Quênia e Jamaica são potências nas modalidades que bem se sabe, mas deixa pra lá.

Por último, cada vez que nos manifestamos que somos contra as Olimpíadas do Rio por causa da roubalheira que por certo vai surtar, ou melhor, cada vez que ouvimos alguém dizer que é contra pelo mesmo argumento (roubalheira - como a do Pan), sabem o que as pessoas respondem? Respondem que eles iriam roubar de qualquer jeito, pelo menos alguma coisa vai ser feito e vai ficar.

Isto é regra. Ora, ora, isso é um conformismo inadmissível. Isso para nós é o fim. É a ética jogando a toalha e sendo subjugada pela passividade, pela inércia, pela omissão. É a versão moderna e muito bem acabada do ROUBA MAS FAZ que ganha novo alento.

Lembram disso? Lembram do “rouba mas faz”? Dizem que agora vai ser diferente. Uns dizem: mas tem Tribunal de Contas. Claro. Tem Papai Noel também. Tem cegonha também…

Assim, senhores, esperamos ter demonstrado porque SOMOS CONTRA!!!