março 28, 2009

O nosso Galvão

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Adelor Lessa, o ícone
Baixou o lado negro da força putzgraciana. Aquele irônico, o que critica por criticar sem perder a ternura. Na pauta um ícone da imprensa falada, escrita, blogada, telegrafada e psicografada de Criciúma, o monstro sagrado da mídia catarinense e porque não dizer brasileira, o defensor dos pobres e oprimidos, o Ronaldo Fenômeno do rádio local, o nosso insubstituível, cognominável, apocalíptico, inferruscável,decibélico, famoso e único... Adelor Lessa.

A Eldorado e o padre
Ele é temido pelo legislativo, executivo, judiciário, diretor de escola, gerente de banco, dono de loja, de carrinho de pipoca, motorista de ônibus, carroceiro ou malabarista de esquina. Só não é temido pela igreja porque esta tem o chato do Padre Samiro na Eldorado que também tem milhões de ouvintes nos três estados do sul mais Uruguai, Paraguai e Argentina, fora a internet. Ou seja, se ele atacar a igreja na Som Maior Premium, onde ele pode falar o que quer porque é dono, pode levar o troco na Eldorado podendo causar um cisma na mídia local, uma jihad islâmica entre as duas emissoras de ponta.

Demissão inglória
Por falar nisso, Lessa tem um pé atrás com a Eldorado, e não é por acaso. Lá ele também falava pelos cotovelos. Noventa e cinco por cento da programação era dele. Era o terror dos políticos. Pintou e bordou até pegar no pé do Clésio Salvaro, que não gostou da brincadeira, mandou o tio Henrique comprar a rádio e botou o Lessa na rua ficando ele, Clésio, como garoto de programa (de rádio).

O poder sobre rodas
Ele até tentou emprego noutra rádio, mas de São Paulo pra baixo ninguém arriscou contrariar o tio Henrique. O homem tem 25 carretas Scania para cada rádio que existe no sul do Brasil, fora os 250 bi-trens, 8 minas de carvão, 30 sobrinhos, cunhados e genros vereadores, deputados estaduais e prefeitos, ou seja, com tanta influência por metro quadrado uma eventual contratação do Lessa poderia gerar efeitos colaterais.

Criando o próprio espaço
Sobrou pro Lessa fazer uma rádio pra ele e, antes que os Salvaros se dessem conta, ele montou a Antena1 FM em sociedade com um ex-roqueiro do Kiss, descendente do Pedro de Lara por parte de cabelo, o Beto Colombo.

Marketing de contas
Por recomendação de um marqueteiro que já trabalhou para o Besc, para o Banco Santos e o Sicoob, ele promoveu a alteração do nome de Antena1 FM para Som Maior. Não por acaso, foi agregado um sobrenome muito conhecido de quem tem conta especial em banco: Premium. Entre os sobrenomes que o marqueteiro sugeriu estavam Som Maior Classic, Private, Prime, Premium, Uniclass, Personalité,Premier, Gold ou Stile. Ganhou Premium. Som Maior Premium.

Sonho impossível
Depois que recuperou sua auto estima, Lessa voltou ao bombardeio diário e sistemático de tudo que está errado na cidade, o que não está, o que já foi errado e o que poder vir a ser. Isso lhe trouxe fama e dinheiro, não necessariamente nessa ordem. Mas ele queria mais. Seu projeto de vida incluía comprar a Eldorado de volta. Sonho impossível. Tio Henrique não vende, compra. Na verdade ele, Lessa, tem que tomar cuidado pra não assinar nada sem ler, especialmente no embalo de uma dessas cachaçadas da Premium Night (discoteca retrô comandada pelo DJ Aguirre Garay) regadas a espumante (sidra) de Urussanga e vinho francês Mazon de uva Goethe envelhecido a dois meses. Numa dessas, na calada da night, pode estar assinando a venda da Som Maior Premium pro titio.

Projeto de vida
Assim, debaixo de tanta fama e poder, nosso ídolo segue aturando no dia-a-dia todo tipo de pé-no-saco com suas reclamações, denúncias e chatices. É o preço que se paga quando se visa algo maior. Depois de ralar por mais de oito décadas na mídia criciumense, ele só tem uma mágoa. A Globo. Lá, na RBS, ele tentou e se deu mal. Foi demitido por justa causa por não atender o padrão Globo de qualidade: era muito feio. Por isso, como vingança, ele trabalha no sentido de arrebanhar o título de showman mais grosso da mídia, hoje nas mãos de um global imbatível, Galvão Bueno, que além do título de o mais grossaço, que detém há duas décadas, leva também outras duas estatuetas, a de locutor mais chato do mundo e a de o mais marrento, títulos esses em que concorre sozinho por mais de trinta anos porque ninguém se acha capaz de competir com aquele pós-doutor em unha encravada, o João Gilberto(chato) do esporte o Dilma Rousseff(marrenta) da TV.

Pavio curto
Mas Lessa tem que piorar muito pra chegar lá. Não é ainda um grosso, tem momentos de grossura. Por enquanto. PutzGraça foi aos arquivos e traz fatos. Entrevistando Arcângelo Nuernberg, o gerente regional de educação, sobre o problema das nomeações de diretoras de escolas em Criciúma, nosso Galvão deu uma mostra do que é capaz. Parênteses: todo mundo sabe, inclusive Lessa, que diretor de escola é nomeado segundo indicação política. Quem tem menos poder para interferir nesse processo é exatamente o gerente regional. Pois o coitado do Arcângelo sofreu o diabo na entrevista, ou melhor, inquisição. O Lessa queria saber qual lei definia o processo (número, data da publicação, quem foi a favor e contra a lei, etc), quantas diretoras tinham sido nomeadas, quantas nomeações cada uma teve na vida e por qual partido, quais os padrinhos políticos de cada uma, qual a legenda (PT, PSDB, CGT, CUT, ACIC, OAB, OB, etc.) de cada indicador, e mais um calhamaço de informações que o infeliz do diretor não tinha a menor idéia de como responder. Foi pra lona.

Au! Au! Au! A ouvinte que se deu mal
Dois dias depois, o assunto das nomeações fervilhava, ligou uma mulher e, no ar, falou a respeito do sistema viciado, do absurdo que é não ouvir as comunidades onde as escolas estão inseridas e, em determinado momento, disse que "todo mundo sabe que são os políticos que decidem as nomeações". Foi como ligar um interruptor que deu um choque em Lessa. Ele interrompeu a mulher de pronto dizendo que ela falava por ela. A dona embabanou-se um pouco. Como assim fala por ela? Que pergunta maluca! Ela gaguejou e Lessa foi pra cima. Disse que falar "todo mundo sabe" era tendencioso, poderia induzir os ouvintes a pensar que ele também sabia, que ela falasse apenas por ela. Ah bom! Aí ficou claro. Quem poderia imaginar que um jornalista com oito décadas de experiência suspeitaria que aqui em Criciúma acontece uma barbaridade dessas? A desgraçada pediu mil desculpas e deu tchau. Está internada no Rio Maina com depressão profunda e pediu pra só lhe darem alta depois da copa de 2014.

Competição à vista
Essas pérolas fazem nosso Galvão subir no ranking. Tem chances. A gente sabe que tem gente do meio que pode se sentir menosprezada por não ser citada na matéria. Chatos de galocha que barbarizam no dia-a-dia de rádios e jornais, pra não dizer em dias de jogos do Tigre. Calma lá. São dois campeonatos distintos, grossura e chatice. Lessa concorre sozinho na grossura. Quanto à chatice, como dito acima, a disputa tá meio sem graça por causa do chato-mor, o Galvão, que não deixa pra ninguém. Assim, PutzGraça tá pensando em instituir uma competição de nível local, uma série B dos pé-no-saco, ou menos, já que é local, um campeonato da Larm dos impopulares.
Aguardem!!!
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3 comentários:

  1. Que pena que este "boca paga", esta em segundo lugar. Pelos assuntos que "conduz", sim conduz conforme seu entendimento e tendencia, mereceria o primeiro lugar. Mas ele chegara lá.

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  2. O Lessa é o Galvão do rádio, sem tirar nem pôr. A única diferença é que a palavra do galvão tem alcance nacional, e a do lessa apenas local (graças a Deus); fora isso são dois chatos tendenciosos.

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  3. Qualquer anônimo que não vive o mundo político e jornalístico não tem conhecimento de causa. É bem mais difícil do que imaginam.

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