Onde isso vai parar?

Deu no jornal que a Brahma vai pagar 2 milhões de dólares para a Jeniffer Lopez assistir o carnaval do Rio direto do seu camarote.

Putz, seria isso normal?

É normal. Na nova (des)ordem mundial, e porque não dizer, carnavalesca, quem manda são as cervejas. E as cervejas decidiram quem para ser a melhor não importa o gosto, mas quanto se gasta com bobagens. A Brahma decidiu que uma cerveja para ser gostosa precisa camarote. Fácil assim, a cerveja fica tanto mais gostosa quanto mais gostosas mostrarem a bunda cara no próprio camarote (ou, no camarote da própria). A Jeniffer entrou nesse esquemão.

Dois milhões pode parecer muito, afinal daria 2.500.000 latinhas de Brahma Extra – que daria pra abastecer Criciúma por três anos. Isso se fosse só a J-Lo. Não é. Vão também os (des)gotosos, mas que podem dar moral pro camarote, tipo, Ronaldo (1 milhão), Romário (1 milhão), Lula (2 milhões), Luiza vem do Canadá, por 15 engradados. Até a Romanna, depois da Playboy, teria sido sondada (600 mil, mais garantia de ser cabeça de chapa na majoritária), mas ela declinou – o TRE poderia entender como pré-campanha.

Somando tudo, dá 1 quintilhão de latinhas (Santa Catarina não tomaria isso tudo em cinco anos nem que distribuísse grátis em favela). Isso tem um fim? Tem, vai evoluir até que… a Brahma vai quebrar e vai ter socorro do BNDES.

Tá assim. Os valores perderam contato com a realidade. Angelina Jolie ganha US$ 20 milhões por filme (com um só filme ela pode adotar a Somália inteira e tratar a iogurte que sobra dinheiro), Ronaldinho ganha 1,3 mi/mês pra fingir que joga, Adriano ganha 600 pra não jogar, e etc etc etc.

Ah! A GM americana pagava bônus milionários para seus executivos. Já quebrou.