janeiro 19, 2015

Desconstrução do que se vê (ou ouve)

Tá a fim de fazer turismo em Londres?

Vimos no JH da Globo reportagem sobre a reabertura do Saint Pancras Renaissance Hotel de Londres, já eleito como novo marco turístico da cidade. Tipo, se você não pode parar lá, pare para vê-lo.

Hotel-StPandras-Velho

Hotel saint pancras-1

Hotel Saint Pandras-2

Olha o que foi dito sobre a belezura:

  • Fundado originalmente no século XIX (1.873)
  • 19 anos fechado
  • 10 anos de reformas
  • Custo total (das reformas): R$ mais de 500 milhões
  • Tijolos todos restaurados, um por um
  • Diária mais barata: R$ 650
  • Suíte presidencial: R$ 26.000

Pois é, mas não é sobre hotéis este post. Nem sobre turismo.

É sobre tijolos. Sabe aquela compulsão masculina da busca de sentido (no sentido de coerência)? (Mulheres também têm, mas numa frequência estranha aos masculinos, a qual… esquece – isso é assunto pra outro post). 

Então. A gente estava lá, estarrado no sofá, vendo TV e palitando a unha, e veio o lance dos tijolos restaurados um a um. Notaram a fuga do sentido? Na nossa imensa lista de especialistas não tem nenhum em tijolos, ninguém aqui sequer trabalhou em olaria, mas soou esquisito. Como restaurar um tijolo encravado há quase 140 anos numa parede sem que a mesma seja demolida. Ah, vocês são burros e não entendem nada de restauração. Pode ser. Só soa esquisito porque nossa experiência criciumense é pobre em restauração. A turma põe abaixo, faz um novo e fim de papo. Não há Plano Diretor que pare isso. Um hotel como o Pancras não teria a mínima chance aqui.

Sobra o que, bendita coerência? Erro de digitação que redundou em erro de locução. A estagiária do JH (a Mócra deles) tinha acabado de restaurar as unhas uma a uma e pintado-las. Ao digitar a notícia, estava lá que os “tijolos foram pintados um a um”, e a retardada lembrou das suas unhas e mandou para o teleprompter “tijolos foram restaurados um a um.”

Improvável? Mas faz sentido.

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