janeiro 16, 2015

Advogado de ouvinte

Radio-ao-vivo

Nota numa certa coluna da cidade:

“Ouvinte indignado com a insegurança no Rincão, liga pra rádio e diz no ar que ‘tem polícia da praia que de tão velho está com os dentes caindo.’ A PM da região ficou tão injuriada que já avisou: o ouvinte será processado.”

***

Temos um assessor para assuntos de declarações ao vivo, no Putz. Ele tem bacharelato em Direito Radiofônico com pós em Injúria. Perguntado sobre que tese usaria para livrar a cara defender o ouvinte acima, disse que seria assim:

-- Meu cliente é inocente. Nega todas as acusações. Em nenhum momento meu cliente declarou o que está gravado. Vou requerer perícia do telefone, microfone, do CD e exame toxicológico (bafômetro) do radialista. Vou alegar má-fé. Armação explícita com viés de má-fé da PM em conluio com a rádio. O Programa era ao vivo e já existe CD com gravação da conversa. Gravaram porque? Porque tinha um complô armado contra meu cliente. Subsidiariamente e alternativamente, arguirei mais duas teses. Nas subsidiárias, vou arguir a lei da gravidade. Tudo que sobe cai. Dentes caem. Vou alegar que o PM em questão não tinha escovação regular. Isso provoca a queda. Vou requerer perícia odontológica. Dente sem escova fica velho. O dente era velho, não o PM. Não há injúria aí. Nas alternativas, vou provar que meu cliente agiu em legitima defesa. Ele é atacado em seus direitos e atira pra se defender com as armas que tem, no caso, a matraca afiada. Data vênia, a inocência está no ar. E será provada.

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