Paraguai X Japão
O texto é tão maravilhoso (nem parece que é nosso) e atual que resolvemos repostar. Só `no último parágrafo demos uma escorregada. Tem um viés petista nada a ver.
Seu Putz está desenvolvendo uma tese que pretende demonstrar que torcer para certos times não tem nada a ver com futebol (tem gente que torce pro Vasco, por exemplo).
Mas vamos à tese. Japão e Paraguai se digladiavam nas oitavas e o Putz ali, indeciso, tentando achar um preferido em meio à falta de jogo. Bola pra lá, bola pra cá, e Tulio Tanaka dá um karatê feio num paraguaio. Taí, Tulio Takada é bom e é brasileiro (naturalizado japonês), torcemos pro Japão. O jogo segue e Fuma Paredes chuta rente à trave. Bom esse Paredes, somos Paraguai, é nosso vizinho, sud-américa. Aí o Honda Fit faz um jogada boa e pensamos, “pô, Japão é país sério, prende corrupto, somos Japa”. E fomos Japa até o Like Santa Cruz cabecear com perigo. Porra, o Paraguai é nossa fonte de coisa barata, vamos torcer pros caras. Aí o Yamaha Ninja dá um pedalada de Robinho e mudamos, afinal, além de tudo, lá tem os dekasseguis, a brasileirada vai pra lá e os caras nos acolhem. Tem brasileiro pra car$#&# no Japão e eles têm nossa torcida. O jogo segue e o capitão paraguaio Lee Justo Villar tira uma bola perigosa e lembramos que metade do Paraguai é plantado por brasileños (até maconha a gente planta lá), quer dizer, eles também acolhem bem a gente. Somos Paraguai e tá acabado.
Essa firmeza de caráter durou até os pênaltis. Fora do calor do peleja nos veio um resquício de reflexão. Com ela, a reflexão, ficou claro que a viadagem de trocar de time de minuto em minuto era ridícula. E veio a definição (reflexão traz definição): o Paraguai era um país fudido e o Japão rico. E torcemos para o Paraguai e festejamos a passagem pras quartas.
Entenderam? No fundo, no fundo, tudo se resume à luta de fracos contra poderosos. Essa tese se aplica a outras cositas más. Somos contra Globo, Veja, Estados Unidos ou Europa porque eles representam o poder, a elite, o inalcançável. É ou não é? A tese é boa, vamos trabalhar mais nela. A paixão, que seria a essência das motivações, realmente conta pouco. Falando em essência, Sócrates (o filósofo, não o boleiro) já dizia que a paixão, na abordagem metafísica, é uma das matrizes vitais para definir a existência por si só e… Puta que pariu Putz, pára com isso… Paraguai!!! Guai!!! Guai!!!
Sensacional.
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