Somos por natureza muito crentes na dinâmica e métodos que interferem na formação dos preços aqui no Brasil. É tudo baseado em leis de mercado muito confiáveis e funcionam exatamente da mesma forma como funciona num país sério. Uma outra coisa na qual a gente confia e, acima de tudo, acredita, são as notícias que são veiculadas para justificar a oscilação de preços.
Vamos demonstrar.
Deu na GloboNews sexta-feira que a alta do dólar já começa a se fazer notar no preço das coisas mais básicas.
Aí eles pegaram uma coisa bem básica como exemplo: um pacote turístico (casal) pra Cancun.
Esse pacote em abril custava 6 mil reais. Na sexta, pressionado pela alta do dólar, o preço desse mesmo pacote bateu em 11 mil reais. Aumento de 83% motivado pela alta da moeda americana.
A notícia da GloboNews (acima) dá uma ideia perfeita de como funciona essa dinâmica de mercado quando há dólar envolvido. Pesquisamos e descobrimos que, em abril, um dólar custava 2 reais e na sexta-feira fechou em R$ 2,30 (já foi mais, mas sexta era 2,30).
De abril até sexta, o dólar subiu 15% e o pacote Cancun 83%. Isso se chama dinâmica de mercado, pressão cambial ou, como você, PutzNauta, deve pensar, roubo.
Esse é o senso comum. A gente acaba pensando que há espertalhões metendo a mão aproveitando-se de uma real movimentação da moeda estrangeira. Mas não é. Isso é ingenuidade de nossa parte. A dinâmica de mercado tem essa característica intrigante de ser descolada da matemática simples. Quando o dólar aumenta 15% não quer dizer que os preços vão aumentar 15%. Eles aumentam mais (nunca menos).
No caso do pacote, 83% até foi pouco.
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