abril 14, 2012

Nosso senador recordista de votos não é santo

LHS santo

A sentença proferida pela juíza da comarca de Florianópolis, Denise Helena Schild de Oliveira, que absolveu o empresário Ivonei Raul da Silva, o Nei Silva, na quarta-feira (4), escancarou as mentiras sobre a acusação de extorsão imputada a ele, não deixando dúvidas sobre a armação orquestrada para efetuar sua prisão. A decisão da magistrada também mostra indiretamente nefastos contornos do “modus operandi” do ex-governador e atual senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB), utilizado através de integrantes da sua administração no governo do estado.

A manobra ocorrida em junho de 2008, que visivelmente tinha o objetivo de manter a imagem de Luiz Henrique intacta e ao mesmo tempo desqualificar Nei Silva, que também é o autor do livro bomba “A descentralização no banco dos réus”, obra ainda censurada pela justiça, foi encabeçada por Ivo Carminatti, na época secretário de articulação do ex-governador e pelo também ex-secretário de planejamento Armando Hess.

Depois de comunicar a polícia sobre a falsa extorsão, no dia 2 de junho daquele ano, Ivo Carminati mandou Armando Hess ao encontro de Nei. Ficou acordado que Hess levaria uma parte da dívida de cerca de R$ 1,4 milhão referentes a serviços publicitários prestados ao Governo do Estado. O flagrante armado pela polícia foi no hotel Cambirela. Hess entregou a Nei Silva a quantia de R$ 40 mil em uma pasta.  Na verdade, a encenação do pagamento foi apenas para atrair e prender o empresário evitando assim a publicação do livro Bomba. Nei Silva chegou a ficar preso durante 18 dias na sede da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (DEIC).

Cobrança legítima

No entanto, mais de três anos depois a justiça entendeu que Nei Silva apenas cobrava o que lhe era devido e que os indícios eram claros quanto seu envolvimento com o governo de LHS, fato que foi negado por Armando e Ivo na ocasião dos fatos. “Os depoimentos das testemunhas (….) não deixam dúvidas acerca do envolvimento do acusado com o Governo do Estado, confirmando a tese defensiva de que houve um acordo para a prestação dos serviços de publicidade oferecidos por IVONEI, o que tornou legítima a cobrança posteriormente deflagrada pelo mesmo. Logo, não há se falar em prática de crime de extorsão pelo agente.”, apontou a juíza.

Nei Silva comemorou sua absolvição e disse que ainda enfrenta grandes problemas pessoais em decorrência de sua prisão. “Estou recomeçando a vida. Foram praticamente quatro anos de descrédito e tendo que aturar o Eduardo Pinho Moreira, que assumiu o governo na licença de Luiz Henrique, me chamar publicamente de bandido. Mas, felizmente a justiça restabeleceu a verdade”, avaliou Nei Silva.

Livro continua censurado

Sobre o livro, que ainda não foi publicado em virtude de uma ação na justiça movida por Armando Hess, Nei explica que luta para ver sua obra nas livrarias. “O livro é um documento histórico e os catarinenses precisam saber a verdade. Trata-se do único livro censurado no Brasil e eu continuo lutando pelo direito de publicá-lo”, lamentou.

A descentralização no banco dos réus, narra de forma detalhada os supostos desmandos e atos de improbidade cometidos durante a campanha publicitária realizada por Nei para enaltecer a administração de LHS. Para isso, foram publicadas edições da revista “Metrópole” onde eram divulgadas as ações do governo de LHS. Além disso, foram e espalhados outdoors pelo estado no período que antecedeu as eleições de 2006.  Mais tarde, a revista foi motivo do processo que quase cassou o mandato de Luiz Henrique por abuso de poder econômico e propaganda irregular.

A revista Metrópole em Joinville

Em julho de 2008, complicando ainda mais a situação do ex-governador, a ex-funcionária da revista Metrópole, Márgara Hadlich, saiu do anonimato e confirmou todas as denúncias publicadas no livro. Segundo ela, tratou pessoalmente com o governador sobre detalhes da revista. Ela contou também ser a responsável em arrecadar dinheiro com empresários na forma de anúncios. Entretanto, os empresários eram sempre indicados pelos secretários regionais, todos seguindo ordens expressas do governador Luiz Henrique da Silveira, que solicitou que seus comandados abrissem as portas para Márgara em suas respectivas regiões.

Ela admitiu também que esteve presente em quase todas as reuniões do colegiado. Para ilustrar bem a situação, Márgara citou a situação de Joinville, onde os proprietários das empresas de transporte coletivo, Gidion e Transtusa, foram convocados a colaborar com a revista que exaltava a descentralização, “A Transtusa e a Gidion pagaram, mas não queriam o anúncio de jeito nenhum, eles sabiam que era errado”, destacou Márgara.

Ela também descreveu um dos momentos em que conversou com Luiz Henrique, “No quarto 415, em Ita, o governador me perguntou. ‘Fala lá, o que você precisa de mim?’. Eu disse, Ah governador, o que o Armando Hess  falou para o pessoal da Metrópole, não está sendo bem desse jeito. A gente está tendo dificuldades nas Secretarias Regionais, de acesso para fazer as visitas. Ele falou, ‘Como assim?’ Eu disse, eu precisava a intervenção do senhor direta, dizer para os secretários regionais me receber, que é de interesse do governo, é isso que eu preciso. Ele disse, ‘Pode deixar, amanhã cedo eu resolvo isso’.

Estranhamente, dias depois, Márgara voltou atrás do que já havia dito e negou ter negociado com integrantes do governo de Luiz Henrique da Silveira. Porém, a entrevista concedida foi gravada confirmando todas suas afirmações, inclusive, na ocasião ela forneceu cópias de documentos que comprovam sua relação com empresários capitaneados por alguns secretários regionais a mando do próprio governador.

ROGÉRIO GIESSEL
rogerio@gazetadejoinville.com.br

transmudado da Gazeta de Joinville

Um comentário:

  1. Tha todu Erado!

    Bem capaz! Esses senhores; LHS e EPM São SANTOS!

    BANDIDOSssssssssss, da pior especie.

    Vamos Banir esse canalhas da nossa politica.

    Criciúma o que você quer com o EDUARDO P. MOREIRA? ser motivo de chacota? de piada?

    Enquanto a população morre nas filas (agora com salvaro bem menos) esse Senhor RI e da GARGALHADAS.

    ACORDA!

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