- Padre Samiro?
- Alo! Bom dia. Dê o seu recado.
- Queria comunicar um falecimento.
- Pois não. Um momento que vou anotar... Nome?
- Meu?
- Do falecido.
- Clésio... Ávila... Búrigo... Colombo* (a ouvinte fala devagar pro padre anotar).
- Hora da morte?
- 23 horas.
- Velório é onde?
- Casa mortuária da Brasília.
- Missa de corpo presente?
- Sim.
- Onde?
- Igreja da Próspera.
- Enterro?
- 16 horas.
- Onde?
- Cemitério da Brasília.
- OK. Nossas condolências à família enlutada.
***
Quase toda manhã tem isso. Às vezes mais de uma morte por manhã. Dois detalhes nessa rotina mortibunda merecem reparo. Um, o padre demonstra ter uma planilha em mãos quando interroga o comunicante; dois, falta a causa-mortis na planilha.
Aí está. Essa falta é pior que a morte. PutzGraça fez uma pesquisa via Orkut e está comprovado: 185,2% das pessoas que ouvem a notícia de uma morte tende a pretender o nexo causal. Morreu de que? E o padre não diz. A gente fica angustiado. O padre nos acorda às 5 da manhã como se fosse o porta voz do além e esquece o principal?! Morreu de que, padre? O povo enlutado agradeceria saber.
(*) Qualquer semelhança é mero nada haver.
obs.: reprodução, post de 14.07.2009
Muita atenção dedicada ao assunto meio manjado.
ResponderExcluirVamo lá putz precisamos de polêmicas.
Caro Seu Putz!
ResponderExcluirNão seria "nada a ver"?
É uma questão de opção. Nada a ver é derivado da ótica enquanto nada haver é mais voltado para o "nada" que tem um viés aquático.
ResponderExcluirSugiro, anexo ao programa fúnebre, um game talk show de "causas mortis". Com certeza a audiência será algo do além... Logo, logo, o "famoso" padre estará no Faustão lançando DVD...
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