agosto 08, 2017

Tempos modernos

Transito
Domingo passado, transitando tranquilamente pela rodovia que liga Orleans à Criciúma, na altura do Ventuno Pub, um pouco pra cá, caiu como um raio na nossa cabeça o significado da fala de um político quando da inauguração do trecho anos atrás. Disse ele: estamos entregando à comunidade uma estrada tão moderna, mas tão moderna, que por muitos anos quem transitar por ela vai ficar abismado com tanta modernidade.
Salvo engano, o discursante era Acélio Casagrande, Secretário Regional de plantão, que ocupava, então, um dos inúmeros cargos para os quais não foi eleito.
A consciência da modernidade da via chegou no momento que encostamos num bi-trem enormíssimo, que transitava a 25 ou 30 km/hora. Por ser uma estrada de última geração, não há como ultrapassar. A pista é povoada de tachões e terceira faixa para quem vem inexiste. Em um minuto a fila era de mais de um quilômetro. Do Ventuno até o primeiro ponto de ultrapassagem (na subida da Ceusa), a fila demorou 30 minutos (o normal seria 5).
É nessas horas que o benefício de uma pista moderna se manifesta.Toda irritação, raiva e/ou estresse é metabolizado diante da impossibilidade de fazer qualquer coisa. Você pode espancar o volante, brigar com a mulher, xingar os filhos que perguntam a toda hora porque está demorando, E tudo isso numa velocidade reduzidíssima. Sem riscos.
Você chega em casa zerado. É quando você, feliz, reza à Deus por não ter que rodar naquela rodovia tão cedo. Sabe cumé, modernidade demais enfarta. Como? Você passa lá todo dia? Bom. dizer o que…

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