O narrador reclamou ao vivo que o Luxemburgo complica muito com a TV. Luxa reclama que as tevês são abusadas porque botam aqueles microfones perto dele e depois querem que ele não fale palavrão.
Dói reconhecer, mas nessa o Luxa tem razão. Futebol tem a ver com palavrão. Tem cara que só joga bola pra dizer palavrão. O palavrão nasceu do futebol. Caralho, por exemplo (porra vem coladinha), tem origem nas quatro linhas. Ninguém tinha ouvido isso até um zagueiro levar um chute no saco. Não por acaso a palavra ganhou uma conotação estritamente esportiva na medida em qualquer jogador tem dificuldade de se expressar sem inserir o termo entre três e cinco vezes por frase. Tem boleiro que se excluir caralho do seu vocabulário, fica mudo.
Voltando ao Luxa, a existência de um microfone perto durante o jogo é um martírio. Ele aproveita o horário pra descarregar todo o repertório acumulado para poder chegar de boca limpa na coletiva. De mais a mais, o que as TV’s querem não existe. É o mesmo que pedir atestado de idoneidade pra deputado.
Imagina o Luxemburgo, na beirada do campo, gritando:
-- Alessandrôôô!!! Chuta no gol, por favor!
-- Léo Mourááá!!! Como é que tu perde uma bola dessas? Vai tomar banho!